Deputados e senadores concordam que o poder público deve contribuir com o financiamento do transporte público no Brasil. Este é um dos resultados da pesquisa “Transporte Público como Direito Social. E agora?” encomendada pela NTU ao Instituo FSB Pesquisa, após o transporte ser reconhecido como direito social. Os dados desse levantamento foram apresentados a um grupo de deputados na manhã de terça-feira (30), durante café da manhã organizado pela NTU em parceria com a Frente Parlamentar do Transporte Público da Câmara dos Deputados.
O presidente da Frente Parlamentar, deputado Mauro Lopes (PMDB-MG), destacou que o transporte público é um direito social com capital privado, “mas que isso tem que mudar”. Para Otávio Cunha, presidente da NTU, a emenda constitucional que eleva o transporte público à condição de direito social “abre a oportunidade para a criação de um fundo nacional para subvencionar o transporte público”, segundo informou durante a apresentação da pesquisa. “Isso é o que o resto do mundo faz. Não precisamos inventar nada”, reforçou.
A pesquisa entrevistou, entre os dias 25 de maio e 19 de junho, 224 deputados federais, 25 senadores e 100 influenciadores (economistas, acadêmicos, gestores municipais, estaduais e federais, representantes da indústria, comércio e serviços) sobre os rumos do transporte público no Brasil após o reconhecimento da atividade como direito social, assim como saúde e educação. Entre os principais resultados, há uma forte convergência no entendimento de que o poder público é o principal responsável por melhorar a qualidade do transporte público do Brasil. Quase dois terços dos entrevistados têm esse entendimento.
“O transporte público é insumo para a cadeia produtiva e não é justo que caia sobre os ombros dos usuários o custo desse serviço”, frisou o presidente da NTU. Otávio Cunha esclareceu que hoje, a tarifa é quem banca os custos do transporte público, mas que essa emenda abre oportunidades para se financiar esse serviço, segundo comprova a pesquisa ao apontar a falta de recursos como um dos principais problemas desse serviço no país, ao lado de planejamento e gestão. “Foi para entender e mapear o que precisa ser feito para buscar melhorias nesse serviço que encomendamos essa pesquisa”, esclareceu.
A pesquisa também traz percepções dos dois públicos (parlamentares e influenciadores) sobre outros temas relevantes para a melhoria desse serviço, como a questão das gratuidades, que também tem o custo absorvido pelos passageiros pagantes. De acordo com o levantamento, os entrevistados apoiam majoritariamente que o custeio das gratuidades deva ser feito pelo poder público e não por meio do aumento das tarifas ao passageiro pagante. São 57% dos parlamentares e 66% de influenciadores a favor.
No encerramento do encontro com os deputados, Otávio Cunha destacou que a pesquisa traz indicativos de soluções para questões que precisam ser resolvidas em prol da melhoria desse serviço, como a democratização do espaço público, com medidas de prioridade ao transporte público nas vias, o que se reflete na aprovação de faixas exclusivas de ônibus e corredores, segundo opinião de 83,3% dos parlamentares e 95% dos influenciadores.
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fonte: http://www.ntu.org.br/novo/NoticiaCompleta.aspx?idArea=10&idNoticia=715