Por Vanessa Alencar com Ascom Transpal
O aumento dos gastos com óleo diesel e outros insumos e a consequente necessidade de reajuste na tarifa dos ônibus urbanos serão discutidos na próxima segunda-feira (27), durante uma entrevista coletiva à imprensa na sede da Associação dos Transportes de Passageiros do Estado de Alagoas (Transpal).
O novo assessor especial da diretoria, Alexandre Rangel, gestor em transporte, explicará aos jornalistas acerca desses aumentos e sobre a necessidade de uma adequação tarifária.
A assessoria de Comunicação da Transpal adiantou alguns dados a respeito dos gastos com o transporte público coletivo em Maceió, citando o aumento de mais de 20% – entre fevereiro de 2012 e janeiro deste ano – com o óleo diesel e lubrificantes usados nos coletivos, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A Asssociação destaca ainda que, o preço do litro do diesel nas distribuidoras (ANP), por exemplo, passou de R$ 1,81 no começo de 2012 para uma média de R$ 2,20 em janeiro deste ano.
“Hoje, boa parte da distribuição dos custos das empresas de ônibus está voltada para o pagamento do óleo diesel e pessoal. Como consequência, tem-se uma diminuição natural do que poderia ser aplicado na melhoria da frota, com ônibus mais novos, por exemplo”, explica a superintendente do órgão, Ana Lúcia Martins, lembrando que, mesmo assim, todos os coletivos de Maceió operam dentro do tempo de vida útil em média de 5,7 anos.
Ainda segundo a superintendente, reajustes nos preços dos pneus, recapagem, peças e nos valores de ônibus novos também são fatores que prejudicam os investimentos no transporte oferecido à população. “Para se ter ideia, em média, a cada 2,5 km percorridos o coletivo gasta 1 litro de óleo diesel. Se compararmos com os carros mais populares, a média é de 13 Km com 1 litro de gasolina”, salienta.
Folha de pagamento
Por meio da assessoria, a Transpal alega que, em julho do ano passado, outro fator determinante para o alto custo da manutenção das empresas é o pagamento da folha salarial, incluindo encargos e benefícios, que hoje consome quase 50% do custos do sistema de transporte.
“Após acordo coletivo, foi inserido o plano de saúde a partir 2012. Não somos contra o incentivo salarial, claro que não. Mas, para poder operar tudo isso é necessário um equilíbrio econômico-financeiro das empresas, o que atualmente não existe”, frisa a superintendente.
Ela lembra, que, na próxima semana, dia 30, acontece a primeira audiência pública para debater o processo licitatório do transporte de ônibus na capital. A expectativa, de acordo com a Transpal, é que as empresas, mesmo diante das dificuldades, possam se adequar dentro dos critérios proferidos pela licitação.